sábado, 20 de setembro de 2008

Masquerade

Olho pela janela. Pessoas lá em baixo. São tão pequeninas. São tão caóticas.


Desço as escadas do prédio, junto-me à parada de alma às costas. Torna-se demasiado pesada quando é preciso espaço para a ignorância.


Uma avenida ampla. Espremo-me nela e as suas portas abrem-se em cadeia para mim, os rostos passam desligados pelas suas preocupações.


Está um dia especialmente solarengo. Tanta luz incomoda-me, assusta-me. É como se esventrasse segredos – é tão bom tê-los.


Apanho o autocarro para o outro lado da cidade. Pessoas ausentes, neons coloridos, portas fechadas e janelas abertas.


Cheguei à paragem. Uma zona labiríntica de ruas estreitas apresenta-se diante de mim, os edifícios altos e enegrecidos parecem inclinar-se para os transeuntes vestidos de máscaras. Todos eles. Cores garridas, vestimentas extravagantes, máscaras de todas as formas e tamanhos.


Saio. Levo uma mão à mochila e tiro a minha máscara brilhante. Junto-me ao grupo que dança ali ao fundo.


Ah, é tão bom ter segredos.


-

Canção-- "The Call To Dance", Riverdance

1 comentário:

As vossas palavras às nossas palavras.