domingo, 6 de setembro de 2009

tendresse


"Ele também escaparia à sua ternura. Protegera-o, vigiara-o, acariciara-o, não para si própria, mas para esta noite que lho ia arrebatar, para angústias, lutas, vitórias, que ela desconheceria. Essas mãos carinhosas estavam apenas emprestadas, e o seu verdadeiro trabalho era obscuro. Conhecia o sorriso daquele homem, os seus cuidados de amante, mas ignorava quais as suas divinas cóleras no meio das tempestades. Prendia-o com doces amarras: música, amor, flores, mas ao soar a hora da partida as amarras quebravam-se, sem que por isso parecesse provocar-lhe o mínimo sofrimento."

~Antoine de Saint-Exupéry
"Vol de Nuit"