despe-me porque te pertenço,
procura em mim os meus segredos,
também são teus agora.
sem entraves, existimos apenas,
num lugar onde existir equivale a estar vivo,
sem as partes mais misteriosas e complicadas.
as coisas crescem de nós
como crescem das árvores,
somos criadores de braços bem abertos
para abraçar as coisas mais longínquas,
todas elas nos pertencem
como pertencemos nós a elas.
deixa-me guardar-te em mim
onde sei que posso proteger-te.
fiquemos de pernas entrelaçadas
num local obscuro e preenchido,
onde o espaço vazio não sirva
de ameaça sossegada e deslizante.
esqueço-me de que passam
as noites e os dias,
as estações escorregando
por entre os meus dedos.
com as folhas vermelhas de outubro
ainda entrelaçadas no meu cabelo,
apercebo-me das flores de abril
despontando aos meus pés.
esfrego os olhos com mãos sombrias,
here comes the sun.
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